quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O canto de um rouxinol ferido.

Capítulo 2 – Lágrimas e Sacrifícios.
Nenhum grupo familiar se organizará na Terra sem experimentar a aspereza dos dias de dificuldade, seja a dificuldade material, seja a moral. São nesses momentos que nos afligimos com a sorte dos seres queridos.  Chegamos a desejar que a cruz do familiar recaia, exclusivamente, sobre os nossos ombros. E pensamos:
- Como seria bom livrar os que mais amo de todo sofrimento!
Contudo, lembremos que a prece é a atitude positiva do espírito que reconhece as possibilidades infinitas de Deus. Quando chegarem as grandes tempestades que devem sacudir a vida em família, que não peçamos a Deus o sossego de uma existência de facilidades, mas, calma e força para passar pelas provações com coragem e bom ânimo.
No capítulo Lágrimas e sacrifícios do livro Paulo e Estêvão, Emmanuel nos oferta um comovente testemunho familiar, exemplo de confiança na sabedoria divina. Enquanto assistia o martírio que levou à morte o pai idoso, e como se falasse em nome da humanidade que chora, Jesiel suplicou à irmã Abigail: "mas fazes por todos nós... a prece dos aflitos...".   
E o rouxinol-mulher, mesmo tendo o coração ferido, cantou em nome da paz:

Senhor Deus, pai dos que choram,
Dos tristes, dos oprimidos,
Fortaleza dos vencidos,
Consolo de toda a dor,
Embora a miséria amarga
Dos prantos de nosso erro,
Deste mundo de desterro
Clamamos por vosso amor!

Nas aflições do caminho,
Na noite mais tormentosa,
Vossa fonte generosa
É o bem que não secará.
Sois, em tudo, a luz eterna
Da alegria e da bonança,
Nossa porta de esperança
Que nunca se fechará.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

podser #06 - Formação da mentalidade Cristã.

Pessoal,

Conheci o trabalho da Sócio-organização Evangelho Redivivo (SER) e fiquei encantado. Estes companheiros de Belo Horizonte e região gravam episódios em audio (conversas informais) e depois as disponibilizam em forma de podcast. Os temas são variados, mas, comentados à luz da doutrina espírita. Nesse episódio específico que estou sugerindo aqui, "Formação da mentalidade cristã", encontraremos material para reflexões oportunas. Recomendo aos visitantes do blog e leitores de Paulo e Estêvão, que ouçam esse episódio e, em seguida, busquem relacioná-lo à leitura das postagens e do nosso querido  livro.

Espero que gostem! Grande abraço para todos. Que Jesus nos ampare sempre.

LINK: http://www.portalser.org/category/podser/

terça-feira, 6 de setembro de 2011

“Deus nos protegerá.”


(Cap. 1 – Corações flagelados.)
É doloroso assistir ao flagelo dos corações que padecem sob o peso da força bruta. Na Corinto da Antiguidade, a família do jovem Jesiel – que mais tarde se tornaria Estêvão - experimentou a rapinagem da águia romana. Seu pai, contudo, tomado pelo ressentimento, empreendeu uma desastrosa vingança contra a autoridade de Cesar, o que resultou na prisão de toda a sua família.
O primeiro capítulo de Paulo e Estevão apresenta o jovem Jesiel em ação, entabulando uma palestra comovente com o pai amargurado. O moço lembrava ao genitor que Deus “nunca é avaro de misericórdia” sendo, invariavelmente, “o Pai desvelado de todos os vencidos da Terra!”. O valoroso rapaz comenta as perdas de sua família com tranquilidade, e ainda afirma que essas “derrotas chegam e passam.”. Ao ouvir, no entanto, a dolorosa confissão do pai relativa à vingança consumada, o mancebo admoestou-o com gravidade serena: “...por que levantastes o braço vingador? Por que não esperastes a ação da justiça divina?”; “...como revelarmos dedicação ao Todo-Pode­roso que está nos Céus (...) destruindo suas obras?”.  
Para Jesiel, todo gesto vingativo é um “...testemunho de des­confiança para com a justiça de Deus.”. Foi patrocinando o ciclo vicioso da agressão e do revide que consolidamos nossa lamentável circunstância cármica. O estudo dos processos reencarnatórios nos descortina uma perspectiva diferente sobre a relação criminoso-vítima. Distantes da singular condição dos mártires, nossa situação é mesmo a dos devedores. Por isso, a violência que sofremos é, frequentemente, a consequência inevitável da ação, ou inação, infeliz que imprimimos no nosso passado.
Nesse capítulo Emmanuel reprova o ócio irresponsável dos espíritos levianos, ao afirmar que a “tragédia foi sempre o preço doloroso dos prazeres fáceis.”. É justificável a preocupação do bem feitor, pois, se o mal é a ausência do bem, então, o agressor que nos ofende, apenas deixa fluir uma agressividade que, se não foi semeada por nossa influência direta, o foi pela nossa omissão voluntária. Tanto o mal que fazemos, quanto o bem que deixamos de fazer, tomará a forma e a cor da crueldade que, cedo ou tarde, nos baterá à porta. 
       Inspirado, Jesiel sustentou a coragem dos seus, no instante da prisão, solicitando à irmã Abigal que recitasse o salmo nº 23: “Ainda que eu andasse pelo vale das sombras da morte, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo...”. Nessa hora angustiante os credores romanos, buscando o ajuste de contas, se postaram à entrada do bucólico sítio onde a família orava. O pai Jochedeb exclamou desesperado: “Senhor! compadece-te do nosso amargurado des­tino!...”, enquanto o filho Jesiel afirmou confiante: “Deus nos protegerá.”.